História
Dicionários de sinônimos da língua portuguesa e tratados de Psicologia cognitiva (cf. Houaiss, 2007; Ferreira, 1986; Freire, 1940; Eysenk e Keane, 2007; Ausubel, 1980), validados por vocabulários de Filosofia (cf. Lalande, 1999, Kant, 2006), definem conceitos como representações mentais – ideias – que têm a função genérica de identificar, descrever e classificar, em síntese, de dar a conhecer os elementos – artefatos, seres e/ou fenômenos – que constituem a experiência humana.
Conceitos são atos de pensamento. Para serem concretizados/veiculados na fala e na escrita necessitam de um suporte, que é a palavra. Usualmente, a palavra – escrita e falada, suporte da ideia + ideia – recebe também o nome de conceito, segundo Ferdinand de Saussure (s.d).
Este sentido é consensual entre os historiadores. Sobre o qualificativo “histórico”, entretanto, há muita divergência. Alguns afirmam que o “histórico” se deve ao costumeiro emprego de uma palavra para nomear artefatos, seres ou fenômenos datados tópica e cronologicamente, por exigência metodológica – a exemplo de “Reforma” e “Renascimento”
Outros remetem à função que tem uma palavra de atribuir significado – interpretar –, reunindo/relacionando “lembrança do passado” e “expectativa do futuro” – por exemplo, experiência e progresso (2007, Koselleck, 2006).cf. Rüsen, Marc Bloch (1886/1944)
Fonte:*andrewokamura.blogspot.com.
A divergência se estende à proveniência dos conceitos: vêm das fontes, dos aparelhos mentais da época ou do aparato cognitivo do historiador? Reflete o real ou nunca pode ser encontrado na realidade?
Esse problema foi levantado pelos fundadores dos Annales: se os conceitos forem produzidos a priori, corre-se o risco de anacronismo, disse L. Febvre. Se forem extraídos da documentação, limitam a interpretação do historiador, afirmou M. Bloch (cf. Febvre, 1942; Bloch, 1960, apud. Dumoulin, 1993).
Hoje, encara-se tal dicotomia como um falso problema (cf. Veyne, s.d).