História
Schwarcz, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças: Cientistas,Instituições e Questão Racial no Brasil.
“A partir de 1870 introduzem-se no cenário brasileiro teorias de pensamento até então desconhecidas, como o positivismo, o evolucionismo, o darwinismo.”
“Tais modelos, porém, foram utilizados de forma particular, guardando-se suas conclusões singulares, duas decorrências teóricas distintas.” (p.1)
“Enquanto a literatura humanista e em especial Rousseau apareciam como seus princípios antagonistas – em sua defesa da noção de uma humanidade una – autores como Buffon e De Pauw eram apontados como grandes influências quando se tratava de justificar diferenças essenciais entre os homens.” (p.2)
“Nas narrativas de viagem, que aliavam fantasia a realidade, esses “novos homens” eram freqüentemente descritos como estranhos em seus costumes, diversos em sua natureza.” (p.3)
“... no século XVIII que os “povos selvagens passam a ser entendidos e caracterizados como primitivos.”
“... reduzia a humanidade a uma espécie, uma única evolução e uma possível “perfectibilidade”. (p.4)
“Conceito-chave na teoria humanista de Rousseau, a “perfectibilidade” resumia – conjuntamente com a “liberdade” de resistir nos ditames da natureza ou acordar neles – uma especificadamente propriamente humana.”
“Marca de uma humanidade una, mas diversas em seus caminhos, a “perfectibilidade humana” anunciava para Rousseau os “vícios” da civilização, a origem da desigualdade entre os homens.” (p.5)
“Pressupor a igualdade e a liberdade como naturais e a liberdade como naturais levava à determinação da unidade do gênero humano e a certa universalização da igualdade, entendida como um modelo imposto pela natureza.” “Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.” (p.6)
“... já que o “estado da natureza” significava, para esse autor, não o retorno a um