História e Memória
A história oral e as memórias, pois, não nos oferecem um esquema de experiências comuns, mas sim um campo de possibilidades compartilhadas, reais ou imaginárias1. Este artigo tem como foco analisar o cotidiano e as experiências dos pescadores profissionais do município de Coxim, no intuito de compreender as vivências e significações desses trabalhadores frente às possibilidades com que se depararam em suas trajetórias de vida. Nesse sentido, inspirada por Heloísa Helena Pacheco Cardoso, compreende-se que Quando os indivíduos são escolhidos como “testemunho” de uma época e aceitam narrar os acontecimentos a partir de si próprios, a história oral lhes possibilita a afirmação como sujeitos históricos e, por meio da explicação das suas vivências, desejos e sentimentos, também a do grupo social a que pertencem. Ao mesmo tempo, ao se exporem, eles trazem nas suas narrativas os elementos de tensão presentes nas relações sociais2.
Assim, analiso a memória dos trabalhadores a partir da oralidade, visualizando seus anseios, as expectativas de vida e suas rememorações, pois a cidade de Coxim é conhecida como a capital do peixe, mas tal fato se concretiza mais nos esforços em desenvolver o turismo no lugar, do que no apoio aos pescadores que sobrevivem da pesca no município.
Suas lembranças estão marcadas por momentos particulares como é o fato da inserção na atividade pesqueira que foi marcada por memórias de riqueza e abundância de peixes, apresentada por muitos e outros as memórias demonstraram que a pesca foi uma alternativa para sua sobrevivência, haja vista as limitações do mercado de trabalho no município. Foi comum encontrar entre as narrativas orais o argumento de que a pesca compunha a sua infância. Muitos deles apontam que, em Coxim, uma das grandes motivações para seguir esse ofício era a abundância de pescados existentes no rio Taquari, o que tornava a atividade