História e Literatura
Ao abordar a literatura como fonte histórica, o historiador deve saber como será feita a pesquisa utilizando a obra literária e o que é de fato a literatura. Falar hoje em utilizar a literatura como fonte histórica não provoca tanta polêmica, entretanto nem sempre foi assim. Desta forma deve-se saber como a literatura atingiu o status de fonte histórica.
Para Peter Burke (1997) Lucien Febvre e Marc Block foram os “pioneiros” no que pode-se denominar a Revolução Francesa da Historiografia. Mas faz-se necessário conhecer o antigo regime ao qual pretendiam derrubar. Então retomemos aos tempos de Heródoto e Tucídides, que utilizavam varias gêneros para escrever a história tais como a crônica monástica, memória política entre outros. A narrativa de acontecimentos políticos e militares era a forma dominante. A primeira crítica a respeito desse tipo de narrativa histórica foi durante o Iluminismo.
No século XVIII, houve uma preocupação com o que era denominado a “história da sociedade”, por parte de alguns escritores e intelectuais de alguns países da Europa. Essa nova forma de história não se preocupava somente com as guerras e assuntos políticos, preocupava-se também com as leis, comércio e moral. Alguns desses novos historiadores dedicaram-se a respeito do comportamento e valores do passado (coisas do espírito) tais como: história da arte, da literatura e da música.
Entretanto todos os esforços da nova forma de pensar a história foi arruinada por Ranke, que estava ligado a “Revolução Copernica” e que tinha como base de pesquisa as fontes de arquivos. Mesmo assim na descartando a história da arte, da literatura fez com que os historiadores que trabalhavam com a história sociocultural parecessem amadores.
As críticas à história política ficavam cada vez mais agudas por volta de 1900, então algumas sugestões bastante férteis surgiram como a história da cultura e econômica sendo a história do povo. Essa ideia acabou ganhando mais força e