História social das mídias - peter burke e asa briggs
Capítulo 1 - A Revolução da Prensa Gráfica em seu Contexto
O primeiro capítulo do livro "História Social das Mídias" apresenta o contexto do que os autores chamam de "Revolução da Prensa Gráfica", partindo do conceito de "Longa Revolução" utilizado por Raymond Williams para explicar a Revolução Industrial, colocando a prensa não como um agente, mas sim como um catalisador da revolução. O contexto é o período da chamada "Era Moderna". Partindo da invenção da prensa gráfica.
Enquanto na China e no Japão a impressão gráfica já vinha sendo utilizada há muito tempo - desde o século VII ou até mesmo antes - em alguns países como a Rússia e no mundo cristão ortodoxo, a impressão gráfica demorou a chegar. Provavelmente pelo fato de o alfabeto utilizado ser o cirílico e na qual a educação formal estava praticamente confinada ao Clero.
O fato de os materiais impressos terem chegado tão tarde à Rússia mostra que a revolução da impressão gráfica não era um fator independente e não se ligava somente à tecnologia. Essa revolução precisava ter condições sociais culturais favoráveis para se disseminar, e a ausência de população laica letrada na Rússia foi um sério obstáculo para o surgimento, na região, da cultura impressa (BRIGGS;BURKE, 2004, pág. 27)
Uma das primeiras tentativas de se introduzir a técnica para Moscou foi feita em 1564 por um Russo educado na Polônia, mas sua oficina logo foi destruída por uma quadrilha. Mas, no inicio do século XVII, graças ao czar Pedro, o Grande essa situação começou a mudar:
A situação mudou no início do século XVII graças aos esforços do czar Pedro, o Grande [...], que fundou uma gráfica em São Petersburgo em 1711; seguida pela Gráfica do Senado em São Petersburgo e Moscou, da Gráfica da Academia Naval (1721) e da gráfica da Academia de Ciências (1727) (BRIGGS; BURKE, 2004, pág. 25)
Devido à localização dessas gráficas é bem possível que a intenção do czar fosse no aprendizado e