História psicologia organizacional
Uma História de Desafios
Como surgiu a Psicologia Organizacional e do Trabalho e para onde ela caminha
Publicado em Panorama – Ciência e Profissão – Diálogos – n.5 – Dezembro 2007 (p.24-7)
Nos dicionários, o trabalho é concebido como um conjunto de atividades exercidas pelo homem – seja na produção, gestão ou transformação dos recursos da vida em sociedade – em busca de um determinado fim . Mas suas implicações vão muito além disso. Ele tem uma conotação existencial na medida em que os indivíduos se sentem produtivos por terem uma função, um emprego, uma rotina corporativa. É também fator de inclusão social, de reconhecimento pessoal. As relações entre o homem e o mundo do trabalho estão no foco da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), um campo da ciência que em pouco mais de um século de existência.
A POT surge na segunda metade do século XIX, mas sua pré-história remonta à Revolução Industrial e a instauração definitiva do trabalho assalariado. Nesse período, com o surgimento das fábricas, as relações sociais igualmente de transformaram. Com o tempo, as organizações passaram a centrar seus esforços na busca de adesões e na minimização de conflitos, fosse pelo acordo, fosse pela ameaça, iniciava-se um período em que as células de produção necessitariam do auxílio de mediadores capacitados. No século XIX, a psicologia apareceu como área inovadora na análise de condutas humanas, bem como fonte de técnicas aplicadas à busca do bem-estar mental. (1) Esses conhecimentos acabaram logo apropriados pelas grandes corporações industriais do Ocidente. Os instrumentos teóricos desse novo campo de estudo foram utilizados no recrutamento de soldados (2) e na seleção de empregados para as fábricas. Em 1913, Hugo Münsterberg publicou Psychology and Industrial Efficiency, obra que focalizava, sobretudo, as técnicas de seleção de pessoal e de ajuste funcional.
Foi esta uma época marcada fortemente pelos estudos