História em A Ideologia Alemã
Seminário sobre
História em A Ideologia Alemã
Dia 12/05/2010 – Curso Marx livro a livro – FFLCH – Eleutério F. S Prado
Introdução
Como se sabe, A ideologia alemã contém uma extensa crítica a diversos pensadores que procuravam fazer oposição à filosofia de Hegel – Feuerbach, Bruno
Bauer e Max Stiner –, assim como aos patronos do socialismo alemão. Ela começa assim: “A crítica alemã nunca ultrapassou, mesmo nos seus últimos esforços, o terreno da filosofia. Longe de examinar as suas bases filosóficas gerais, antes aceita implicitamente como base um sistema filosófico determinado, o sistema hegeliano, e é dele que retira todas as suas conclusões. Tanto as resposta que nos fornece, como até os problemas que levanta contêm uma mistificação. Por dependerem de Hegel, nenhum destes modernos críticos tentou sequer fazer uma crítica de conjunto ao sistema de Hegel” (Marx e Engels, 1980, p. 15).
Ora, isto justifica o tratamento que vai ser dado, nesse seminário, a essa obra, que é uma das mais conhecidas desses dois autores. Assumindo que o alvo principal das críticas aí oferecidas seja o próprio sistema de Hegel, procura-se confrontar a filosofia da história deste último autor com a apresentação da história que está aí posta como alternativa. Para tanto, faz-se inicialmente um resumo da compreensão da história que se acha na Filosofia da História de Hegel. Em seqüência, busca-se mostrar alguns traços das teses opositivas de Marx e Engels, as quais se encontram dispersas nas páginas de A ideologia alemã. Finalmente, justifica-se o tom crítico adotado nessa última exposição, relembrando certos elementos da compreensão da história do Marx de
O Capital, os quais são encontrados em O método da economia política (texto contido, como se sabe, nos Grundrisse).
Defende-se a tese de que esse segundo Marx aqui considerado “é” (com aspas) hegeliano, enquanto que o primeiro é (sem aspas) anti-hegeliano. Como o primeiro, junto com Engels, contestou Hegel