História do cordel
O cordel é nordestino quando está no nordeste e quando sai do nordeste não é mais cordel?
Para entendermos o cordel temos de ir as suas origens, que se expandem além mar.
Trovador é a designação aos poetas ambulantes na idade média, que cantavam seus poemas ao som de instrumentos musicais. Por definição trova é uma composição lírica, ligeira e de caráter popular. Eles compunham histórias de cavalarias, donzelas, figuras encantadas e viagens arriscadas pelo mundo.
A prática da “trovadorismo” perdurou aos séculos como uma manifestação da tradição oral e de cultura popular e, ao longo dos tempos, sofreu modificações em diversos países pelo mundo e ganhou novos termos para a sua prática.
Em Portugal a prática do poeta que canta ao som de violas se chama “canta ao desafio” e em varias regiões lusitanas o repente e chamado “fado beirão”. Na Espanha cantar ao improviso ao som de viola é “regueifar”. Em quase toda a América Latina e no sul de nosso país chamam o cantador de payador e no Brasil se chama “repente”.
A literatura de cordel é a escrita desses poetas publicados em folhetos (geralmente expostos em cordas) e vendidos em feiras livres. Em Portugal é chamado de folhas volantes, no Chile de coplas de ciegos e no México de pliego de cordel ou pliegos sueltos. Na França, o mesmo corresponde a “litteratue de colportage”, na Inglaterra os folhetos eram correntes e denominados “cockes” ou “catchpennies” e “broadsiddes” relativos às folhas volantes sobre fatos históricos.
A partir dos trovadores medievais, através dos tempos, pelas mãos dos portugueses... enfim o cordel chega ao nosso Brasil, lá pelo século XVIII e o estilo se finca na região do nordeste. Não há mais cavaleiros, virgens, mitologias medievais. o cordel nordestino é composto pelas temáticas de secas, donzelas roubadas, cangaço, religiosidade e folclore regional, e fatos do dia-a-dia. As novas figuras advêm da realidade do sertão e do imaginário popular brasileiro.