História de Helade
1. A Grécia política, econômica, militar e cultural1
Os gregos não foram um povo unitário, étnica e culturalmente, mas uma mescla de etnias e culturas que foram se espalhando em ondas sucessivas na Hélade, a península acidentada e pedregosa que, abaixo da Macedônia, se projeta no Mar Egeu, contornada por ilhas e arquipélagos.
Sobre esse terreno bastante estéril, mas aberto para o mar, tomou corpo – por volta do III milênio a.C. – a civilização cretense na ilha de Creta, tecnicamente evoluída (na arquitetura, na escrita), ligada aos cultos religiosos mediterrâneos, governada por reis-sacerdotes-guerreiros; depois – por volta de 1600 a.C. – a esplêndida civilização cretense foi subjugada por Micene, cidade da Argólida (perto de Atenas) que vinha exercendo uma supremacia sobre a região e cujos traços aparecem nos poemas homéricos; a estirpe dos aqueus (primeiros gregos), ligados a Micene, foi depois – entre 1200 e 1100 a.C. – superada pelos frígios e pelos dórios, povos invasores que se instalaram na península.
Os aqueus receberam dos cretenses muitos conhecimentos, como técnicas de arquitetura, o cultivo da vinha e da oliveira e principalmente os segredos da navegação. Tornaram-se, assim, “povos do mar”, tradição que veio até os tempos atuais. Neste processo, a própria estrutura geográfica da Grécia – topografia montanhosa e fracionamento geográfico natural – favoreceu a formação de reinos isolados e independentes, que só se aliavam de acordo com os interesses do momento para depois tornar a separar-se, mas vindo assim a construir, por intercâmbios comerciais e culturais, uma profunda unidade espiritual, que deu vida a uma “civilização comum”, ligada à mesma língua, ao mesmo alfabeto, a uma atividade mitopoiética comum.
Os gregos tiveram um grande poder de expansão geográfica, econômica, política e cultural. Nos séculos