História das Religiões / Historiografia da História das Religiões
JOSIAS FRANÇA DE SOUZA, R.A. 1188977
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
MOGI DAS CRUZES
2015
O caminho se faz enquanto se caminha
Quando o homem olha, numa noite escura, a imensidão do céu estrelado e sua infinitude, a grandeza de tal beleza o surpreende e enche de uma admiração tal que o leva a se perguntar: pra quê tudo isso? Será que sou olhado por aquilo que estou olhando? O que me olha sente o mesmo que sinto ao olhar? Sem se dar conta seus olhos o levam para além daquilo que vê. O leva à indagação que o leva a identificação com o que vê e indaga com algo mais profundo dentro de si, de tal sorte que o que vê já não é mais somente o que vê, mas parte de si mesmo. Agora ele leva consigo o céu estrelado, sua profundidade e aquela sensação de maravilhamento, mesmo quando é dia e o sol brilha sobre sua cabeça.
O homem tem essa capacidade de produzir símbolos e lidar com eles. É uma necessidade de interação com o mundo fora de si que é monstruoso em suas dimensões e avassalador em sua ação (raios, trovões, tempestades, água, fogo). É preciso levar esse mundo para dentro de si para entendê-lo, domá-lo, lhe dar significado. Para não ser consumido por ele, antes sentir-se parte dele ou mesmo seu dono.
A História das Religiões começa quando o homem inicia a se relacionar com aquele “lugar” ao qual lhe remete o símbolo, mesmo que ele não seja capaz de nominá-lo e entendê-lo com tal.
Do lugar onde se encontra olha para trás e reconhece (nomina) o que lhe trouxe até o momento presente e sente que o que lhe trouxe também o levará adiante. Essa certeza participa daquela sensação que o invadiu ao olhar o céu estrelado e o movimenta para adiante na esperança de uma nova noite onde poderá de novo olhar para o céu e sentir-se olhado pelo céu da mesma forma que o olha.
A história nada mais é do que uma constante indagação dos tempos passados em nome dos problemas e curiosidades – ou mesmo das inquietações e das angústias –