História da politica externa brasileira
As premissas comuns ao pensamento realista A grande diversidade e a ampla riqueza do realismo tornam a tarega de definir premissas comuns a todas as vertentes do pensamento realista. Entretanto, das traduções herdadas de Tucídides, Maquiavel e Hobbes, algumas premissas podem ser consideradas comuns a todos os realistas. Essas premissas são a centralidade do Estado, que tem por objetivo central sua sobrevivência, a função do poder para garantir essa sobrevivência, seja de maneira independente, seja por meio de alianças, e a resultante anarquia internacional. Existem duas características comuns a vários realistas, mas que não são propriamente conceitos: a primeira é a ênfase no que acontece no sistema internacional, o que traduz por considerar que o que ocorre dentro dos Estados não é relevante para a análise das relações internacionais. A segunda é o pessimismo pronunciado e definitivo em relação à natureza humana. O que chama a atenção dos realistas são os fatores internacionais, o que se traduz, exemplo, em enfatizar a distribuição do poder entre si, é o equilíbrio de poder que importa, enquanto, para outros realistas, os Estados devem buscar o poder como fim em si mesmo. Para os realistas, o interesse nacional do Estado é algo predeterminado e resulta na dupla realidade. Esse interesse nacional é a sobrevivência do Estado e sua permanência como ator. Essa sobrevivência é o interesse nacional supremo e fundamental que deve levar à mobilização de todas as capacidades nacionais e ao qual se submetem todos os demais interesses. Um dos pensadores que teve influência decisiva no pensamento realista nas relações internacionais: Maquiavel. Maquiavel, ao definir a obrigação do príncipe como a luta pela sobrevivência, submeteu todos os demais fins e objetivos desde príncipe a essa luta pela sobrevivência. Com isso, qualquer outro objetivo do governante (o bem estar, a prosperidade e a liberdade, por exemplo) só tem