História da Filosofia

Introdução
Este trabalho pretende discutir o movimento da sociedade na sua dimensão sócio-espacial e histórica e, conseqüentemente, a dinâmica das pessoas e das instituições, como nos ensina Cornelius Castoriadis (1987). Sabemos que por maior que seja o esforço não esgotaremos o tema, levando-se ainda em consideração o caráter monográfico de pesquisa, ao qual este trabalho está atrelado. Esse esforço busca analisar como um novo paradigma da ciência moderna acaba provocando um processo de intensa renovação na produção do conhecimento por parte da sociedade, representada pelos seus intelectuais. Dialogaremos com a filosofia, entendendo a mesma como formuladora de princípios que se estenderam às ciências, obedecendo aos cortes teórico-metodológicos de cada momento. Sendo assim, estas “transformações” representam uma nova maneira do o homem ver, conceber e conseqüentemente interpretar o mundo ao seu redor de acordo com o seu tempo. Permeando tal novo paradigma de ciência moderna, ou seja, a ciência que começa a se modelar segundo a ótica cartesiana e newtoniana de mundo, a partir do séc. XVII podemos observar que a Geografia como “ciência”, a partir do fim do séc. XIX teve o seu papel a cumprir, a favor de um determinado seguimento da sociedade em ascensão: a classe burguesa.
O movimento ocorrido no âmbito da filosofia viria a ser de fundamental importância na constituição da geografia enquanto ciência moderna. Sendo de nossa pretensão caminhar por este movimento, obedecendo dois preceitos básicos: a) se fará um esforço para anteceder o conhecimento já um tanto quanto solidificado entre nós, ou seja, o processo de reconhecimento da Geografia enquanto ciência: sistêmica, acadêmica, e disciplinar ocorrido no final do século XIX, tendo como expoente Frederich Ratzel e sua Antropogeografia, que tem como precursores o alemão Alexandre Von Humboldt e Carl Riter, destacando no final algumas características do Estado Alemão que acabaram por precipitar na sistematização da