História da Filosofia da ciência
Para o autor, a filosofia da ciência é conforme o critério utilizado, muito antiga ou relativamente nova. Ela é antiga, pois os filósofos gregos a cultivaram, de algum modo, ao refletirem sobre o conhecimento humano, tendo em vista que constituem um exercício embrionário de filosofia da ciência, bem como de metafísica, as doutrinas de Pitágoras (sobre os números) e dos atomistas. No entanto, o primeiro precursor da filosofia da ciência foi Aristóteles, que, principalmente na sua obra Segundos Analíticos (uma das partes do Organon), se ocupou de caracterizar a epistême, o saber seguro, obtido metodicamente, à diferença da mera opinião (doxa).
O autor enfatiza que para Aristóteles, uma autêntica epistême (palavra que podemos traduzir por ciência), consistia na obtenção de conclusões certas deduzidas de primeiros princípios autoevidentes como verdadeiros. Apesar dessa contribuição, não existia no sistema aristotélico uma disciplina denominada filosofia da ciência, o que se compreende porque, para ele e para a generalidade dos filósofos antigos e medievais, o que nós denominamos ciências (por exemplo, a física) fazia parte da filosofia, a ciência primeira e mais importante.
Isso explica que, até o século XVIII, as pesquisas de física fossem chamadas de “filosofia natural”. O interesse filosófico pela ciência modificou-se grandemente quando do surgimento da ciência experimental moderna (séc.XVII), cujo modo de indagar a Natureza era diferente da maneira em que os filósofos procuravam compreendê-la.
Expõe que, é verdade que a nova ciência foi sendo estimulada também por escritos de filósofos que criticavam a aparente esterilidade do saber cultivado nas Universidades, que se reduzia a conservar, repetir e comentar as obras de grandes mestres, a começar pelo próprio Aristóteles. Esses filósofos reivindicavam um novo método de saber, procurando fundamentá-lo teoricamente. As duas figuras principais e emblemáticas desse período são as