História da Filosofia Antiga I
IFCH
Disciplina: História da Filosofia Antiga I
Thais Barreira
Síntese do capítulo IV do livro A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos
Ao observarmos o grandioso Anaximandro de Mileto, percebemos que o mesmo se expõe de forma muito mais clara do que seu antecessor, Tales. Começando pelo fato de Anaximandro ter sido o primeiro filósofo antigo a deixar escritos, foi o primeiro escritor filosófico dentre os pré-socráticos, o que veio a facilitar muitos estudos sobre ele e sua filosofia.
Anaximandro acreditava que de onde as coisas nascem, elas devem voltar conforme a necessidade, para o pagamento de suas injustiças, segundo o decreto do tempo, essa prestação de contas não pode ser modificada pelo homem, não é da ordem humana, mas sim da ordem do universo. O critério desse julgamento, é que o homem comete uma injustiça a partir do momento em que passa a existir, paga penitência pela sua existência através das diversas maneiras de sofrimento e por fim, pela morte. Essa teoria não se aplica apenas para a vida humana, mas também para o universalismo de todo tipo de existência. Através desse pensamento conseguimos enxergar o pessimismo, o enigma e o mistério dessa teoria.
Logo, é considerado, segundo Anaximandro, que o vir-a-ser é digno de castigo quando se torna livre do ser eterno. Porém, um ser que é definido por propriedades determinadas não pode ser a origem e o princípio de tudo. Essa origem não pode ter propriedades decretadas, pois se tivesse, nasceria e sucumbiria como todas as coisas, para que o vir-a-ser não finde, o ser originário deve ser indeterminado. A eternidade desse ser não se deve ao fato de sua inesgotabilidade, mas sim ao fato de ser desprovido de qualquer qualidade. O ser originário é superior ao vir-a-ser e é essa superioridade que permite o contínuo fluxo do vir-a-ser. Essa unidade do indeterminado é vista de forma negativa pelo ser humano, como algo a que não se pode dar nenhuma