História constitucional brasileira
Carla Holand e
Letícia Marranghello
*
A relevância da Turquia no cenário mundial deve-se em parte à sua política externa autônoma e à sua economia, mas, principalmente à sua posição geográfica estratégica - que lhe permite relacionar-se tanto com a Europa quanto com a Ásia-. Desse modo, o país pode mover-se no cenário internacional perseguindo objetivos em regiões bastante distintas, sendo percebido pelos dois lados como um dos poucos, senão único, ator a ter tal prerrogativa. A fim de analisar a inserção internacional turca, este trabalho remete às causas históricas essenciais do “hibridismo” percebido em um país onde se pode reconhecer, ao mesmo tempo, traços fortes de cultura européia e uma herança muçulmana muito presente.
Dessa maneira, far-se-á uma exposição de fatores importantes da evolução da Turquia para a situação atual, para uma posterior análise da sua política externa no Pós-Guerra Fria.
Aspectos introdutórios: dados gerais e históricos fundamentais A Turquia, cuja capital é Ancara, caracteriza-se por ser uma república social, laica, com sistema de governo caracterizado por uma democracia parlamentar. É o 36º país do mundo em extensão, tendo uma população de 74.660.559 habitantes e renda per capita de
US$ 4.954. O idioma oficial é o turco, e a religião predominante é a muçulmana – praticada por 97% da população -.
Situada na fronteira entre a Europa e a Ásia, a Turquia divide-se entre os dois continentes pelo Mar de Mármara, este aberto por dois estreitos, o Estreito de Bósforo – por onde 30% do petróleo mundial é escoado - e o de Çanakkale. Assim, as únicas saídas dos países vizinhos do Mar Negro para o mundo são controladas pela Turquia. Além disso, o país possui o quinto maior exército em contingente do mundo e o segundo maior da OTAN, com aproximadamente 680 mil ativos. Por fim, é importante destacar que apesar da forte produção