Historiografia da Arquitetura
De tal maneira, a autora do livro “Matéria, Ideia e Forma”, Elvan Silva define algumas categorias nas quais se podem inserir as diferentes tentativas de definição e enquadramento da arquitetura ao decorrer do tempo e aponta suas imprecisões, nos mostrando a problemática recorrente na busca de uma definição precisa de arquitetura. Na primeira categoria, Elvan insere o que chama de proposições retóricas acerca da arquitetura, baseadas na comparação desta com outras manifestações. Nesta categoria, insere os autores que apenas enaltecem o trabalho do arquiteto, sem buscar uma definição propriamente dita para a arquitetura.
Numa segunda categoria, estaria inserida a concepção de alguns autores e, frequentemente, do senso comum, que associa a arquitetura a uma qualificação meramente artística da edificação. Este conceito advém da separação entre arquitetura (como atividade intelectual) e edificação (como atividade mecânica) e, portanto, torna-se impreciso, pois não reflete a indissociabilidade entre a ideia de um objeto e a realidade do mesmo. Esta separação é fruto da divisão do trabalho e soa impossível em tempos anteriores, quando o saber e o fazer eram dominados pela mesma pessoa.
Paralelamente ao pressuposto de separação entre construção e arquitetura, surgem conceitos mais radicais de arquitetura como expressão do desnecessário, da futilidade em uma edificação e da completa separação entre utilidade e arte. Porem, este ponto de vista simplesmente ignora grande parte do amplo conceito de arte e exclui a possibilidade de que um objeto possa ser útil e, ao mesmo