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Consensos nem sempre ocorrem em questões que dependem freqüentemente de interpretações, as quais, variam também ao sabor das épocas. O significado do ecletismo, por exemplo, é definido diferentemente nas primeiras obras de Carlos Lemos e nas mais recentes. Estas características, longe de serem uma especificidade da historiografia brasileira marcam igualmente a historiografia internacional no campo não só da arquitetura e urbanismo, como da arte de uma maneira geral. Da tradição germânica, com a noção de espírito de uma época, passando pelo determinismo técnico- geográfico de Auguste Choisy, a historiografia é sobretudo fatual, descritiva de conjuntos de obras e autores ou produtora de monografias biográficas. Os esforços de abordagem de um contexto social mais amplo, (Hauser, escola de Frankfurt) e a crítica de cunho estruturalista- althusseriano às tradicionais perspectivas da Historiografia da arte (Hadjnicolaou) não conseguiram ter desdobramentos. De um lado, permanece o problema teórico- metodológico da historiografia, tal como indicou Bruno Zevi. Por outro lado, à questão teórico- metodológica veio somar-se a de ordem ideológica. No campo da arquitetura, o revisionismo pós- segunda guerra mundial, trouxe à cena a diversidade e modernidades adjetivadas. O debate ideológico aguçou-se nos anos sessenta e com a afirmação da pós- modernidade (Venturi, Jencks). As teorias e a própria historiografia tem adotado, desde então, um conceito de modernidade muitas vezes já seletivo e avaliador a priori.
Assim sendo, obras como as de Segawa e Bonduki, ao resgatarem exemplares omitidos pela historiografia tradicional oferecem, sem dúvida uma contribuição, devendo tornar-se leitura obrigatória. Também o é, por razões outras, o livro de Otília Arantes, o qual, ao assumir uma postura claramente contrária às anunciadas por Habermas e Anatole Kopp, convida a um aprofundamento da reflexão em termos amplos.
A diversidade encontrada na bibliografia