Historicismo
O segundo capítulo do livro “Ideologias e Ciência Social”, de Michael Lowy, trata do Historicismo. Segundo o autor, apesar de ser poucas vezes lembrada, a corrente de pensamento é muito importante para as ciências sociais e não pode ser ignorada. Três hipóteses fundamental o pensamento:
1- Todo fenômeno social, político ou cultural é histórico e só pode ser compreendido dentro da história, levando em consideração o processo histórico;
2- Os fatos sociais e os fatos naturais se diferenciam, e, portanto, as ciências sociais e naturais também;
3- Não só o objeto, como o pesquisador, estão inseridos na história.
A compreensão dessas três hipóteses é essencial para entender a vertente historicista que, desde o seu início, entre o final do século VXIII e o começo do século XIX, dá imensa importância à história. No seu nascimento, entretanto, a perspectiva tinha caráter conservador, e se utilizava do curso histórico para afirmar os poderes de instituições – era a visão histórico-romântica, que, se não usava argumentos de ciências naturais para defender poderes, como fazia o Positivismo, botava a culpa no tempo.
Falando em Positivismo, um diferença inquestionável já podem ser percebidas apenas em se tomar conhecimento dessas três hipóteses fundamentais: o Historicismo nega ligação entre as ciências sociais e as ciências naturais. Além disso, outra diferença fundamental se apresenta, a partir de Droysen, um dos percussores do Historicismo. Para ele, não é possível haver objetividade total, ou seja, não existe verdade objetiva, mas apenas verdades parciais. Relativismo, teoria que dá nome a essa hipóteses, como se vê, entra em clara oposição à visão positivista.
O relativismo tira o conservadorismo do Historicismo e dá a ele um caráter revolucionário decorrente da afirmação de não haver verdade objetiva – afirmação essa que foi a pedra de tropeço do próprio Historicismo. Ora, como é que pode uma ciência sem objetividade, sem descobrir a verdade? O