Historia mulher
Intraduçao:
“Mulheres dotadas de grande capacidade intelectual se revelariam às criminosas natas, mostrando-se incapazes de abnegação, paciência e altruísmo que caracterizam a maternidade, função primordial que comandaria toda a organização biológica e psicológica da mulher”.
As mulheres que hoje ocupam 41% do mercado de trabalho, que lutaram tanto pela emancipação, são vitoriosas, pois conseguiram, concretizar apesar de muito sacrifício, o seu ideário de luta e vida, mas a princípio de 1886, a situação da mulher e sua reivindicação por maior participação na sociedade não eram vistas com bons olhos. A emancipação era vista pelos mais diversos setores sociais e tendências políticas como grave ameaça à ordem estabelecida, predomínio desta visão encontravam legitimidade até no pensamento científico da época.
Conforme o filósofo Pimentel Lins, a filosofia considerava que a inferioridade da razão ente as mulheres era fato incontestável, cabendo a elas apenas cultivá-la na medida certa ao cumprimento de seus deveres naturais: obedecer ao marido e cuidar dos filhos. A medicina do séc. XIX afirmava que a fragilidade, o recato e o predomínio das faculdades afetivas sobre as intelectuais eram características biologicamente femininas, assim como a subordinação da sexualidade ao instinto maternal. Em oposição, o homem somaria sua força física, uma natureza autoritária, empreendedora, racional, e uma sexualidade sem freios.
O recurso da ironia e da comédia foi um poderoso instrumento para desmoralizar a luta pela emancipação feminina e reforçar o mito da inferioridade e passividade da mulher. Apesar desse tom depreciativo, essa abordagem não está tão distante da adotada por criminalistas e médicos da época, que alertavam para o perigo representado pela mulher intelectualizada. No Rio de Janeiro, vários médicos concordavam com essa afirmativa. Comentando os motivos que levariam as mulheres a cometer o terrível crime de