historia em baianes.
(gramática propositadamente“agredida”)
Quem não é da Bahia, pode sentir alguma dificuldade pra entender este,quase, dialeto.
Certa feita, saí cedinho de casa pra um falapau na casa de meu primo carnal,Muriçoca, lá no fim de linha do Pau Miúdo.Tava o maior auê no ponto de ônibus. Gente como a porra, uma renca de menino oferecendo geladinho, um esmolé, cheio pau, abusando todo mundo, vendedor de rolete gritando feito a porra e os garotos vendendo menorzinho no quente-frio colorido. De junto de mim, um cabo verde todo infatiotado passava a patapata na cabeça, enquanto defronte a filha da baiana do acarajé, uma menina cheia de pano branco, mastigava um pão cacetinho. Eu já tava ficando retado, porque já fazia uma hora de relógio que a zorra do buzu não passava. Aí a arabaca chegou, cheia como quê. Tive que entrar a pulso, mas pra toma uma, eu faço qualquer coisa, e na paleta é que eu não ia. Apurrinhado, fui me espremendo lá pra frente e consegui passar pela borboleta. Num daqueles freios de arrumação, fiquei de pau grande, fazendo terra numa graxeira bem muderninha, toda empiriquitada, mais enfeitada que jegue na Lavagem do Bonfim. Ela tinha uma inhaca, que misturada com o espanta nigrinha que usava, me causava um certo entojo. Mas eu, que faço terra desde o tempo de dom corno, não ia vacilar. "É hoje que eu vou lavar a jega," pensei. E fiquei ali, mal sabendo o esparro em que eu ia cair. É que daí a pouco o motorista deu outro freio arrumação e eu me desapartei da tribufuzinha e me encaixei num negão tipo segurança do Olodum. Ta rebocado, eu pensei que ia bater a caçuleta. O negão virou e fez: "Qualé meu irmão? Tá procurando frete comigo, é? Eu lhe dei ozadia por acaso?" Resultado: levei um cachação que doeu como corno, e fui parar lá na casa da porra. Foi o maior mangue dentro do buzu. Enquanto eu me lenhava, ouvia o povo dizer: "Pique a porra nesse chibungo, ôôôôxe, tem mais é que estabocar com este sacana