historia do português
O Português Brasileiro descende do Europeu. No Brasil, tomou a sua forma na complexa interação entre
- a língua do colonizador (e, portanto, do poder e do prestígio),
- as numerosas línguas indígenas brasileiras,
- as também numerosas línguas africanas chegadas pelo tráfico negreiro (oficial entre 1549 e 1830, não oficial antes e depois desses limites),
- e finalmente as línguas dos que emigraram para o Brasil da Europa e da Ásia, sobretudo a partir de meados do século XIX.
Dessa potencial Babel lingüística, foi se definindo, ao longo de quinhentos anos – pouco tempo para a história de uma língua – o formato brasileiro contemporâneo da língua portuguesa.
1.1 Aspectos fônicos
Quando algum estrangeiro ouve um brasileiro e um português, ou quando um brasileiro ouve um português (ou vice-versa), a primeira impressão que se instala é a da diferença do sotaque, que caracteriza a pronúncia diferenciadora do brasileiro em relação ao português. Esse sotaque/pronúncia recobre distinções fônicas, tanto suprassegmentais ou prosódicas, interpretadas ainda imprecisamente pelos lingüistas, como diferenças fônicas segmentáveis (as realizações fonéticas próprias ao sistema vocálico e consonântico do Português Brasileiro e do Europeu).
Em linhas gerais, no que se refere às vogais em posição acentuada, a diferença está na conhecida oposição /a/ : /α/, entre vogal central recuada e não recuada, respectivamente, que tem como exemplo muito evidente a oposição que fazem os portugueses entre a primeira pessoa do plural dos verbos da primeira conjugação: trabalh/α/mos para o presente e trabalh/a/mos para o pretérito perfeito ou, para dar outro exemplo sem repercussão na morfologia: sempre p/a/ra, quer seja verbo quer preposição, no Português Brasileiro e p/a/ra, verbo, opondo-se a p/α/ra preposição, no Europeu.
Quanto ao sistema vocálico não-acentuado, aí a diferença