historia da escrita
O conflito entre russos e ucranianos não é novo e já se arrasta desde 1991, aquando da independência da Ucrânia, coisa que os russos verdadeiramente nunca digeriram.
Enquanto Kiev foi controlada por aliados do Kremlim, como o antigo Primeiro-Ministro Viktor Ianukovich e o antigo Presidente Leonid Kuchma, os russos não tinham Nada como que se preocupar.
A situação alterou-se com a Revolução Laranja, em 2004, que levou Viktor Iuschenko à presidência. Os russos nunca gostaram de Iuschenko devido às suas tendências de pensar pela própria cabeça, coisa que Moscovo não estava habituada a ver num país que Putin sempre enxergou como um satélite da Rússia. Moscovo tentou de tudo para evitar que Iuschenko chegasse ao poder, inclusive envenenar o candidato, num método que fez lembrar o KGB no seu pior.
A vitória de Iuschenko nas presidenciais acabou por condenar a Ucrânia a péssimas relações com o Kremlim. Os constantes cortes no fornecimento de gás à Ucrânia são a resposta da Rússia à política pouco colaboradora (eufemismo para submissão) que Kiev tem com Moscovo. Este é um caso simples de chantagem política, já que os russos utilizam o seu poderio energético para fazer valer os seus interesses na região e para pressionar os ucranianos a serem mais flexíveis.
A intenção de Kiev de aderir à NATO é vista em Moscovo como uma afronta que os russos não poderiam tolerar.
Moscovo é astuta na acções que toma, pois sabe a actual instabilidade que se vive na Ucrânia. Taxas de desemprego altas, a inflação a subir, a riqueza do país a descer e os dois maiores poderes do país em conflito permanente, já que as relações entre o Presidente Iuschenko e a Primeira-Ministra Iulia Tymoschenko não são as melhores. O objectivo do Kremlim é tirar dividendos da instabilidade ucraniana.
O economista americano Anders Aslund afirma categoricamente que "o principal objectivo (deste corte no fornecimento de gás) é desestabilizar a vida política