historia da africa
Entrevista concedida a Laurent Vidal
Tradução: Christian Pierre Kasper
RESUMO
Nesta entrevista, Alain Corbin explica sua paixão pela história, tal como as leituras e os encontros que determinaram sua escolha da história das sensibilidades. Ele detalha algumas das suas grandes obras, precisa sua definição do campo das sensibilidades, e evoca os desafios da biografia dos indivíduos ordinários em história. Ele insiste sobre a necessária atenção do historiador ao inatual, ao insólito e às banalidades do cotidiano.
Palavras-chave: Alain Corbin; Teoria da história; Sensibilidades.
ABSTRACT
In this interview Alain Corbin explains his passion for History, the readings and encounters that have influenced his personal trajectory and historiographic and thematic choices. He comments some of his main works and particularizes his definition of sensibilities, besides to point out the challenges of writing the biography of ordinary people. Corbin affirms that historians need to turn their attention to what is unnatural and unusual, to banalities of daily life.
Keywords: Alain Corbin; Theory of history; Sensibilities.
Nascido em 1936, na Normandia, Alain Corbin estudou na Universidade de Caen. Um de seus então professores, Pierre Vidal-Naquet, lembra-se: "um dos meus primeiros alunos foi Alain Corbin, que considero um dos melhores historiadores de sua geração".1 Seu percurso universitário é uma ilustração desta brilhante carreira: Lycée de Limoges, Universidade de Tours e, enfim, Paris, onde é nomeado professor de história contemporânea na Sorbonne.
De rara erudição, dotado de um estilo de grande qualidade literária, mostrando um rigor analítico sem falha, Alain Corbin permanece todavia um historiador atípico, cuja originalidade se manifesta pela escolha de objetos de estudos inusitados para os historiadores: a história do olfato, da miséria sexual masculina, da paisagem sonora, da sensibilidade ao tempo