historia canhão
Primórdios
Bombarda situada no castelo de Malbork, na Polônia.
Sendo a pólvora desconhecida na Europa até ao século XIII, é provável que os ocidentais nunca tivessem usado o canhão antes. Com a descoberta das capacidades propelentes da pólvora foi possível o desenvolvimento dos canhões.
Inicialmente os canhões eram de ferro forjado, pequenos e rústicos, pois a arte de fundir achava-se ainda nos primórdios. Tempos mais tarde passaram a ser fabricados com barras de ferro fundido soldadas e reforçadas com anéis do metal. A sua capacidade de lançamento ainda era diminuta, e empregavam-se por isso projéteis de pedras leves para alcançar maiores distâncias. Nesta época, para aumentar a potência de fogo, os antigos canhões, chamados «órgãos da morte», eram colocados lado a lado, sobre um reparo-plataforma. Podiam assim ser disparados ao mesmo tempo ou separadamente, em sucessão rápida, o que faz deles precursores das modernas metralhadoras, pelo menos em conceito.
O morteiro-canhão curto, que possuía uma boca larga, era utilizado em cercos a cidades para lançar projéteis a curtas distâncias, entretanto era tão defeituoso que muitas vezes rebentava e causava mais danos aos artilheiros que ao inimigo.
Progredindo a arte de fundir, as bocas de fogo passaram a ser feitas de bronze, mais forte que o ferro. Na segunda metade do século XV surgiram, novamente, os canhões de ferro fundido numa só peça e os de carregamento pela culatra. O carregamento pela boca continuou, porém, a ser preferido, por evitar os perigosos escapamentos de gases pela culatra. A princípio, os canhões eram fundidos ocos, numa só peça, que depois era perfurada mediante uso de uma broca.
Ainda no século XV, os primitivos projéteis feitos de pedra foram substituídos por outros de ferro ou de chumbo, e os canhões passaram a ser classificados de acordo com o peso de seus projéteis. No fim do século XVIII usavam-se canhões que lançavam projéteis de 2, 4 e 6 kg e obuses de 15 cm de diâmetro.