historia antiga no Brasil
SILVA, Glaydson José da. Os avanços da História Antiga no Brasil. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, ANPUT. São Paulo. 2011.
“A História, como gênero literário, surge entre os gregos, mas a reflexão histórica e sua escrita remontam à Antiguidade oriental (Carreira 1993), nas continuidades das listas reais, na escrita oficial dos escribas, na necessidade de memória da narrativa bíblica. Como observa François Hartog, os gregos apresentam-se (...) como quem chega tarde na cena da historiografia (2001: 16), mas é deles que parte a noção do historiador como uma figura subjetiva com um posicionamento crítico em reação aos registros que tem o passado como objeto. Já no discurso épico da Ilíada o papel do hístor era o daquele que julgava, arbitrava quando das disputas, das contendas (Homero, Ilíada, 23, 482-487), tendo que opinar no litígio e ditar a sentença mais reta, guardando, assim, uma lembrança do passado. (...) Com Heródoto vem a historía, a história como investigação, pesquisa, observação e, de modo diferente das narrativas orientais, o autor sem vínculo oficial direto, sem remuneração. Se os gregos inventaram alguma coisa, é menos a história que o historiador enquanto sujeito escreve (Hartog 2001: 17).” (p.1)
Nesta parte do texto, o autor fala sobre as diversas opiniões de outros autores sobre o surgimento da história como disciplina, e o surgimento de diversas formas de se interpretar a história; sendo como gênero literário, como algo crítico e como pesquisa.
“No mundo romano, Políbio, o narrador do expansionismo de Roma, (...), preocupou-se com as causas dos fatos e seus efeitos, intentando escrever uma história geral, (...), Políbio procurou a economia geral e global dos acontecimentos, instância na qual o fato só tem valor no conjunto; para ele a tarefa do historiador é instruir e convencer com a veracidade das palavras (I, 56), sendo esta a utilidade maior da História.