Febvre
“A história, como gênero literário, surge entre os gregos, mas a reflexão histórica e sua escrita remontam à antiguidade oriental (Carreira 1993), nas continuidades das listas reais, na escrita oficial dos escribas, na necessidade de memória da narrativa bíblica. “ (p.1)
“Como observa François Hartog, os gregos apresentam-se (...) como quem chega tarde na cena da historiografia (2001: 16), mas é deles que parte a noção do historiador como uma figura subjetiva com um posicionamento crítico em relação aos registros que tem o passado como objeto. ” (p.1)
“Com Heródoto vem a historía, a história como investigação, pesquisa, observação e, de modo diferente das narrativas orientais [...], com Tucídides tem-se a proposição do relato de um grande vento – a História da Guerra do Peloponeso – [...] Tucídides desejou diferenciar-se dos poetas, que adornavam os feitos para torná-los maiores, e dos logógrafros, que os desejavam tornar atraentes para suas audiências. [...] A preocupação com as causas da guerra, os eventos a ele anteriores leva uma reflexão sobre o passado, imprescindível para compreensão do presente [...]. ” (p.1-2)
“Desse modo, em uma longa tradição interpretativa, de um lado tem-se as necessidades de registro, as concepções de tempo, as ideias de continuidade, a preocupação com o presente, o rompimento com o mítico, com o fantástico, a necessidade de documentos, a impossibilidade de se tangenciar o real e os limites do conhecimento, a busca pela compreensão do total, o imperativo da pesquisa e, de outro, os juízos proferidos, a busca pelas causas e consequências [...]” (p.2)
“Presentes na historiografia antiga, fundaram a reflexão histórica e perpassam, ainda hoje, o oficio e as preocupações