HIST RI DA AGRICULTURA
CAMPUS ERECHIM
CURSO DE AGRONOMIA
BRENDA TORTELLI
A AGRICULTURA FAMILIAR NO RIO GRANDE DO SUL – UM SISTEMA AGRÁRIO “COLONIAL”
ERECHIM
2015
No artigo apresentado sobre agricultura familiar do Rio Grande do Sul, pretendeu-se explicar o processo de ocupação agrícola do estado, a partir da teoria dos sistemas agrários. Essa teoria presta-se para o propósito de analisar a agricultura que se desenvolveu no Rio Grande do Sul a partir da sua colonização pelos imigrantes europeus não ibéricos, pois remete ao exame dos conhecimentos e das técnicas historicamente acumuladas que permitem diferenciar os tipos de agricultura praticados no Estado. Demonstrou-se que se desenvolveu um sistema agrário “colonial” e que este se manteve predominante na agricultura da pequena propriedade familiar por pelo menos 150 anos, bem como que a possível sobrevivência desse sistema em algumas regiões do norte do estado pode estar na origem do índice maior de pobreza rural ali verificado.
O conceito de sistema agrário para Mazoye é basicamente um instrumento intelectual que nos permite aprender a complexidade de cada forma de agricultura e nos darmos conta, a traços largos, das transformações históricas e da diferenciação geográfica das cultuas humanas. Trata-se de enfocar a forma histórica da exploração agrícola de uma região levando em consideração os fatores sociais, políticos e econômicos que condicionam o meio rural. Então, um sistema agrário representa um tipo de agricultura historicamente constituído geograficamente localizado. As unidades produtivas que compõem um sistema agrário podem apresentar dinâmicas diferentes. Diz-se, por exemplo, que: (a) apresentam um desenvolvimento geral quando todos os tipos de exploração estão progredindo da mesma forma; (b) apresentam um desenvolvimento desigual quando algumas unidades de exploração progridem mais rapidamente que outras; (c) o desenvolvimento é contraditório quando algumas unidades