Hipotermia
Hipotermia é definida como uma queda na temperatura central abaixo de 35º C. Classicamente podemos considerar a hipotermia como sendo moderada acima de 32ºC, grave entre 32º e 25ºC e severa abaixo de 25ºC. Mas a gravidade vai depender da condição do paciente, da etiologia e da velocidade de instalação do quadro. O organismo pode ser esquematicamente dividido em dois compartimentos: a porção central, sede dos orgãos nobres (cérebro, coração, grandes vasos...) mantidos a uma temperatura constante e uma porção externa ou envelope, onde a temperatura varia discretamente com o meio externo . O ser humano mantém a sua temperatura central a 37ºC através do equilíbrio na produção de calor (termogênese) e da dissipação de calor (termólise). A termogênese depende da reserva de calor e do oxigênio necessário para a metabolização das reservas de energia. Então, a termogênese encontra-se diminuída em pesoas exaustas, hipóxicas ou traumatizadas. A termólise depende do biotipo, vestimenta e condições ambientais (vento, umidade, água corrente...). No caso de traumatismo, a termólise aumenta devido a falta de reflexo de adaptação (vasodilatação abaixo da lesão do truama raquimedular, p.e.) ou devido a questões de ordem comportamental (estados comatosos, p.e.).
Aspecto clinico
Do ponto de vista clínico, todos os órgãos diminuem seu metabolismo a níveis variáveis, isso leva a um quadro clínico rico que varia de acordo com a severidade da hipotermia e as condições hemodinâmicas do paciente. De início agitado e com tremores (34ºC), mais tarde comatoso hipertônico (28ºC), o paciente rigido, pálido, midriático, presença de pulso e respiração imperceptíveis, em torno dos 20ºC, todas as características clínicas da morte.
Hipotermia Aguda
Neste caso o frio é tão severo que a termogênese não consegue promover o equilíbrio, o organismo esfria antes que as reservas energéticas possam ser usadas e que as modificações volêmicas possam se instalar. Este