Hipoplasia Local
Hipoplasia de esmalte local ocorre devido a fatores que vão interferir na formação normal da matriz ocasionando defeitos e irregularidades na superfície do esmalte que são causados através de infecção local ou trauma. Geralmente acomete incisivos superiores permanentes ou pré-molar superior ou inferior.
Essa hipoplasia pode variar de uma pigmentação acastanhada e moderada do esmalte à presença de fossetas profundas e irregularidades na coroa do dente. Casos de dentes alterados por infecção local, são denominados de “dentes de Turner”. Quando ocorre infecção devido à presença de cárie no dente decíduo e o sucessor permanente está em formação, a infecção bacteriana pode envolver o tecido periapical do dente decíduo, podendo perturbar a camada ameloblástica do permanente, resultando numa coroa hipoplásica. A gravidade da hipoplasia depende da gravidade da infecção, do grau do envolvimento tecidual e da fase da formação do dente permanente, durante a qual ocorreu infecção no dente decíduo. Outro fato que pode ocorrer é a intrusão de um dente decíduo, com alteração do broto do dente permanente. Se a coroa do dente permanente ainda estiver em formação, o dano pode manifestar-se como uma pigmentação ou mancha amarelada ou acastanhada do esmalte.
Os traumatismos que acometem a dentição decídua merecem grande atenção e cuidado, pois podem atingir o germe do dente permanente. Quando ocorrer qualquer tipo de trauma, é fundamental o pronto-atendimento para que se possa ter um melhor prognóstico evitando ou minimizando assim as possíveis sequelas. Aproximadamente 30% das crianças de 10 a 72 meses já sofreram algum tipo de trauma nos dentes decíduos, estando as crianças menores mais sujeitas e a região da maxila mais atingida. O fator psicológico dos pacientes que apresentam sequelas de traumas na cavidade bucal deve ser avaliado, uma vez que após o tratamento geralmente ocorre melhora nos pacientes, pois os mesmos se apresentam mais receptivos e sociáveis.