Hipertexto e leitura
Os ensaios contidos no livro se orientam por uma estratégia de adensamento crescente e contínuo de idéias. A partir de um texto gerador, os quatro autores foram trocando impressões, reparos, críticas e sugestões de modo a encaminhar a produção do livro. Três áreas são mais intensamente tratadas na obra: (1) a formação, pela escola, do leitor do texto eletrônico; (2) as características inerentes aos suportes que produzem e fazem circular esse texto (Internet e computador); e (3) as formas de estruturação ou configuração dos textos digitais nas suas relações com os comportamentos do leitor. Novo texto
"O texto não é coexistência de siginificados mas passagem, transversal; logo ele não responde a interpretação, o mais liberal que ele seja, mas a uma explosação, a disseminação. A pluralidade do texto não depende da ambigüidade do seu conteúdo, mas naquilo que pode ser chamado da pluralidade estereográfica dos significados que o constroem." [pic]
A noção de texto recebeu ao longo da história várias acepções. Na verdade, acompanhou o desenvolvimento da tecnologia de transmissão da informação. O conceito que melhor explica o texto eletrônico foi aquele desenvolvido pela chamada teoria crítica literária.
Barthes (1979) contrapunha o texto tradicional, por ele denominado "trabalho"(work) ao que seria um novo texto, que pode ser comparado ao hipertexto, declarando, que, a principal diferença entre os dois se apresenta não no objeto, nas páginas, ou na organização do conteúdo, mas antes, numa nova atitude em relação à leitura e à escrita.
Para ele a leitura deveria ser vista como uma atividade, um lugar de experiências multidirecionais, onde se estabelecessem conexões, num infinito universo de construção de sentidos.
O texto, assim concebido, não apresentaria um centro, nem um começo ou um fim. Ao ler o