Hipertexto e complexidade
Resumo: O texto propõe que o conceito de hipertexto deve ser visto como um mecanismo cognitivo e também enunciativo. Ted Nelson desenvolveu o mecanismo digital, inspirado em sua própria experiência de escritor, possibilitando que os escritores nesse meio se livrassem da linearidade imposta pela tecnologia do papel. O hipertexto, neste artigo, é discutido à luz da teoria da complexidade em um diálogo com a teoria da enunciação de Benveniste e a teoria da integração conceitual como proposta por Fauconnier e Turner (2002). Defende-se a idéia de que, considerando-se a linguagem como um sistema adaptativo complexo (SAC), a hipertextualidade seja compreendida como uma instanciação do princípio da recursão, visto como uma propriedade básica dos SACs. Exemplos de diferentes tipos de textos (incluindo imagens e sons) são fornecidos para mostrar como a hipertextualidade funciona no processamento textual. Palavras-chave: texto; hipertexto; integração conceitual; complexidade Abstract: This text claims that the concept of hypertext must be seen both as cognitive and as an enunciative mechanism. Ted Nelson, inspired in his own experience as a writer, developed the hypertext device in order to enable the digital writers to get rid of the linearity imposed by the paper technology. In this article, hypertext is discussed in the light of complexity theory in a dialogue with Benveniste’s enunciative theory and conceptual integration theory, as proposed by Fauconnier and Turner (2002), It is assumed that language is a complex adaptive system and that hipertextuality should be understood as a recursive principle, a basic property of the complex systems. Finally, examples of different kinds of texts (including images and sounds) are provided to show how hipertextuality works in the textual processing. Key-words: text; hypertext; conceptual