Hipertexto: o jogo com as linguagens
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO “TEORIAS LINGUÌSTICAS E ENSINO”
Hipertexto: o jogo com as linguagens
Nilza Maria de Moraes Dário
Em seu artigo: “A Dança das linguagens na web: critérios para a definição de hipertexto”, Antonio Carlos Xavier busca apresentar e discutir parâmetros para definir hipertexto como tecnologia enunciativa fundamental pelo qual passam as diversas linguagens humanas e alertar para as implicações cognitivas, sociais e pedagógicas do modo de enunciação digital que emerge do hipertexto. Para debater alguns equívocos o autor apresenta que a construção de sentido se dá considerando fatores como o tempo, o lugar, a produção e interpretação do dito. Cita que para Wittgenstein (1953) a linguagem tem a capacidade de mudar de sentido conforme o uso que dela se fizer, por isso seu funcionamento é comparado ao dos jogos, pela existência de regras que guiam ambas as atividades, e que diante dessa heterogeneidade lingüística o “jogo de linguagens” é ampliado para o “jogo com as linguagens”. Sendo que o hipertexto joga com toda riqueza da linguagem verbal e ao mesmo tempo agrega a capacidade sígnica das outras linguagens paralelamente, deve ser visto pela flexibilidade das linguagens em geral para a produção de sentidos, e seu funcionamento integrador de diversas semioses que nele convergem. De fato, a tendência é que se formem leitores mais autônomos e protagonistas dos próprios recursos. Na arquitetura organizacional do hipertexto multiplicam-se as possibilidades de significação, pois permite jogar com as linguagens para produzir e acessar as informações na tela do computador. O trabalho propõe o hipertexto como uma tecnologia enunciativa em que não apenas a linguagem verbal possui sentido, mas também o sonora. Cabe ao usuário jogar com as linguagens para delas extrair significação. Isso indica que a leitura, na navegação hipertextual, torna-se polifônica: muitas vozes, olhares e