Hipertensão

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial representa grave problema de saúde pública, não somente em nosso país, mas em todo o mundo. Juntamente com o diabetes mileto, o tabagismo e as dislipidemias, constitui um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares como a aterosclerose, que é a causa mais importante de morbimortalidade na população brasileira. Afeta 11 a 20% dos indivíduos com mais de 20 anos de idade, chegando a 43% em algumas regiões do Brasil. É responsável por cerca de 25 e 40% das mortes por infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, respectivamente. A hipertensão arterial e diabetes mileto e as doenças coronarianas são responsáveis por aproximadamente 60% dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS).
A prevalência de hipertensão arterial em crianças e adolescentes varia de 4 a 11% em diferentes estudos nacionais e internacionais; porém, quando considerados os critérios metodológicos publicados da porcentagem cai para 1%. A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que 5% da população com até 18 anos apresente valores de pressão arterial maiores ou iguais ao percentil 95 para sexo, idade e altura, o que corresponde a 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros hipertensos.
Se considerarmos o aumento global do número de portadores de obesidade e síndrome metabólica principalmente na adolescência, observaremos aumento concomitante da prevalência de hipertensão arterial nessa população, chegando a valores nacionais entre 15,8 e 26,4% ou mais em alguns estados brasileiros. Acreditamos que este seja o aspecto mais importante em relação à hipertensão arterial na adolescência, visto que, sabidamente, os efeitos cardiovasculares como disfunção endotelial, presença de células espumosas e a formação de estrias de gordura vasculares podem ser observados já na 1ª e 2ª década de vida.
Considerando-se que, entre os adolescentes, a hipertensão primária ou essencial é a principal causa de hipertensão arterial, o caráter preventivo