Hidrocefalia na gestação
A hidrocefalia é uma condição patológica conhecida desde a antiguidade. O primeiro paciente conhecido teria sido um faraó do antigo Egito. Hipócrates já no século V a.C. reconheceu que o tamanho do crânio poderia aumentar de tamanho em decorrência do acúmulo de líquido.
O termo hidrocefalia vem do grego e significa “água na cabeça”. É uma condição patológica no qual o líquido cefalorraquidiano (LCR) é produzido em maior quantidade que sua absorção. Isto acontece quando há um distúrbio na absorção do líquido ou obstrução das vias liquóricas.
Sua principal conseqüência clínica imediata é a hipertensão intracraniana, a qual muitas vezes exige pronto tratamento cirúrgico.
A hidrocefalia é dita congênita quando diagnosticada ao nascimento, ou logo após, ou como vem acontecendo mais recentemente durante o pré-natal.
Uma das mais comuns causas da hidrocefalia é Estenose Aquedutal. Neste caso a hidrocefalia resulta de um estreitamento do Aqueduto de Sylvius, uma pequena travessia entre o terceiro e quarto ventrículos no meio do cérebro.
Estima-se que aproximadamente 52% dos casos são diagnosticados ainda durante a gravidez, possivelmente pelo uso sistemático de exames ultra-sonográficos. Além dessa avaliação pode-se se fazer o estudo genético do feto através da punção do cordão umbilical e coleta de sangue para análise de cariótipo. Entretanto, alguns casos são diagnosticados posteriormente ou no momento do parto, por dificuldade na progressão fetal.
O prognóstico é tanto mais grave quanto mais precocemente surge a hidrocefalia no feto. A indefinição do prognóstico também dificulta condutas obstétricas como a avaliação da vitalidade fetal, a definição do melhor momento para o parto e sua via mais adequada.
Os fatores de risco maternos e gestacionais para o desenvolvimento da hidrocefalia congênita têm sido pesquisados, mas até o momento poucos foram reconhecidos. A idade materna acima de 37 anos está estatisticamente