hermés
Sob o acordo, a LVMH, maior grupo de luxo do mundo e controlada pelo bilionário Bernard Arnault, concordou em abrir mão da maior parte da sua participação de 23,2% na Hermès e a não adquirir nenhuma ação da sua rival de menor porte pelos próximos cinco anos.
O acordo efetivamente enterrou a possibilidade da LVMH fazer uma oferta pública para assumir a fabricante das bolsas Birkin e Kelly, uma empresa com 177 anos de idade.
Tal perspectiva vinha impulsionando as ações da Hermès. Às 10h13 (horário de Brasília), os papéis da companhia caíam 4,05%, enquanto as ações da LVMH subiam 2,41%.
"O prêmio especulativo desapareceu", disse o diretor do Barclays França, Franklin Pichard.
O acordo, sob o qual a LVMH concordou em redistribuir sua fatia na Hermès para seus acionistas, encerra quatro anos de uma guerra legal entre as titãs de luxo, apelidado de "guerra de bolsas" pela imprensa.
Em 2010, a LVMH revelou que tinha somado uma participação de 17% na rival por meio de uma série de derivativos de ações, em vez de compras simples de ações, o que permitiu que a companhia não declarasse a investida.
A Hermès - um dos últimos grandes grupos de luxo independentes da França, ainda controlado pela família fundadora Hermès - protestou veementemente por ter seu arquirrival como seu maior acionista externo.
O acordo assinado na terça-feira à noite colocou fim a todos os processos judiciais entre os dois grupos, disseram as empresas em um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira.
A distribuição das ações da Hermès será concluída até 20 de dezembro de 2014, afirmou o comunicado conjunto.
(Por Astrid Wendlandt, reportagem adicional de Andy Callus, Pascale Denis,