HENRI WALLON Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil
CONFLITOS EU OUTRO E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA
Neste capítulo a autora fala sobre os conflitos eu outro, a efetividade, o ato motor, a inteligência, são campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil. Aparecem pouco diferenciados no início do desenvolvimento e só aos poucos vão adquirindo independência um do outro, constituindo-se como domínios distintos de atividade. A pessoa é o todo que integra esses vários campos e é, ela própria, um outro campo funcional, ou seja, quando a criança nasce ela não se admite como um ser independente, o recém-nascido não se diferencia do outro nem mesmo no plano corporal.
Morder o próprio braço e gritar de dor tal experiência essa torna-se capaz de reconhecer, no plano das sensações, os limites de seu corpo, isto é, constrói-se o recorte corporal. Pois somente no primeiro ano de vida ela se indica em terceira pessoa e no terceiro ano ela já se indica como eu, nesta fase ela sente a necessidade de negar o outro para se afirmar como eu, a próxima fase é a da graça, ou seja, a fase da sedução onde a criança sente a necessidade de admirar a ela mesma e aos outros, na fase seguinte predomina a atividade de imitação, onde a criança imita as pessoas que lhe atraem, incorporando suas atitudes e também o seu papel social, num movimento de reaproximação ao outro que tinha sido negado. Diferente da criança pequena, que é mais emocional na vivência de seus conflitos, o adolescente procura apoiar suas oposições em sólidos argumentos intelectuais.
CAPÍTULO V
AS EMOÇÕES: ENTRE O ORGÂNICO E O PSÍQUICO
O estudo das emoções é exemplar para demonstrar a utilidade da dialética como método de análise para a psicologia. Neste capítulo ressalta-se a questão das emoções, que para Wallon nos primeiros meses de vida são essenciais para a sobrevivência humana, mas com o passar do tempo às emoções vão se tornando exteriorizadas. Wallon liga também as emoções com algumas mudanças neurológicas como, por exemplo, a cólera