Heliogabalo - Artaud
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Resenhas [Excertos]
S Á B A D O , 26 DE S ET EMB R O D E 2009
carbono, raio x e xerox
Heliogabalo ou o Anarquista Coroado (Antonin
Artaud)
Pode-se dizer que “Heliogabalo” é obra de um poeta, mas obra de erudição, em que Antonin Artaud obrigou-se a longas pesquisas, ou seja, ele leu numerosos textos tanto antigos quanto modernos, de autores citados ao longo do texto, dentre eles: Artemidoro de Efeso,
Heliodoro, Censorinus, Sextus Empiricus,
Eusébio, Zózimo, Constantino
Porfirogeneta, Xifilino, João Zonaras.
Heliogabalo nasceu em Antioquia no ano
204, durante o reinado de Caracalla. E
Caracalla, Moesa, Domna, Soémia, mãe de Heliogabalo, então viúva de Varius
Antoninus Macrinus, e Maommoea, mãe de Alexandre Severo e viúva de Gessius Marcianus, curador do trigo e das águas, tudo isto dorme junto, se agita. Heliogabalo nasceu em uma época em que todos dormiam com todos e nunca se saberá por quem sua mãe foi realmente fecundada. Historicamente, a ascendência feminina remonta Heliogabalo à memória da figura do velho Basianus. Em todo o caso, o velho Bassiano teve, apoiado a uma cama com seu par de muletas, de uma mulher casual, duas filhas: Júlia Domna e Júlia
Moesa, que teve por marido Sextus Varius Marcellus, mas sem dúvida fecundada por Caracalla ou por Geta (filho de Júlia Domna, sua irmã), ou por Gessius Marcianus, seu cunhado, esposo de Júlia Domna; ou talvez por Séptimo Severo: Heliogabalo – nome que parece ser a feliz contração gramatical das mais altas denominações do sol.
EL-GABAL, ELAGABALUS, HELIOGABALUS: trinta povos marcharam e sonharam em volta da riqueza destes nomes, que são figuras que correspondem às quatro grandes raças humanas (negras, amarelas, vermelhas, brancas), com ecos orgânicos às divisões do Zodíaco de
Rama inspirado por Deus. Os nomes GABAL e EL-GABAL há GIBIL (em velho dialeto acádico): o fogo que destrói e deforma, mas prepara