HD- história diplomática
1º) O advento do Estado Novo (Novembro de 1937) foi bem acolhido em Berlim e Roma, em razão da identidade ideológica de seus governos com o novo regime. Em Washington houve apreensão, num primeiro momento. Mas, contrariamente ao que poderia indicar, o Brasil, no plano externo, não assumiu atitude que eventualmente pudesse levar a um alinhamento às potências do Eixo. Tanto é assim que se recursou a integrar o pacto Anti-Komintern para não prejudicar a amizade norte-americana e em atenção à pressão interna.
2º) Apesar da suspensão do pagamento da dívida externa, decretada por Getúlio Vargas no mesmo dia do golpe, da diferença de regimes e do acordo comercial firmado com a Alemanha em 1936, as relações do Brasil com os Estados Unidos NÃO sofreram abalo.
3º) Por discordar dos rumos que ia tomando o Estado-Novo, Osvaldo Aranha pediu demissão do posto e mostrou disposição de abandonar a política. Contudo, aderiu ao novo regime, o que significou sua nomeação, em Março de 1938, para a chefia do MRE, onde permaneceu até 1944. Aranha entrou prestigiado no governo, em razão do que pôde conduzir os negócios exteriores com mais liberdades do que poderia supor. Foi uma espécie de contrapeso em face daqueles que, no governo, eram simpatizantes das potências do Eixo. Aranha NÃO nutria simpatias pela Itália ou Alemanha e era A FAVOR do incremento das relações com os Estados Unidos. A crise diplomática havida em 1938, entre o Rio de Janeiro e Berlim, em razão, aliás, da atitude insolente do embaixador alemão no Brasil, Karl Ritter, e a missão Aranha nos EUA em 1939, contribuíram para aumentar o prestígio da diplomacia norte-americana junto ao Itamaraty.
4º) A campanha de nacionalização, a proibição da propaganda e da organização de partidos políticos provocaram estremecimento, em 1938, das relações entre o Estado Novo e o Reich, contrariando, assim, expectativas geradas pela identidade de regimes. A simpatia de Vargas pelos regimes