habitos
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Destaca
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se que optamos por não tratar do conceito de habitus desenvolvido por Pierre Bourdieu (1930
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2002), pois que, p ara este autor, o conceito é um mediador entre ações individuais e sociedade. Aproxima
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se mais daquilo que entendemos por cultura, pois, relaciona
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se à adaptação do indivíduo à uma conjuntura
–
ou
„situação‟. Segundo Bourdieu, habitus pode ser considerado um conjunto de disposições que integra “[...] todas as experiências passadas, funciona a cada momento como uma matriz de percepções, de apreciações e de ações
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e torna possível a realização de tarefas infinitamente diferenciadas [...]” (
BOURDIEU apud SETT
ON
,
2002,
p.
6
2
).
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Sabemos que o ho mem é um ser historicamente constituído e que depende da vida em sociedade para exercer atributos próprios da humanidade
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. Aprendemos esses atributos na convivência social, não nascemos com eles. Assim, por exemplo, um homem não nasce honesto, mas aprende a sê
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lo por meio da educação que receberá desde a infância. Nesse mesmo sentido, um homem não nasce um cidadão, aprende a ser cidadão por meio da educação que receberá dos pais e de outros meios sociais, no contato com outras pessoas que participarão de se u processo educacional.
Neste sentido, honestidade, cidadania e outras virtudes são hábitos que se desenvolvem com a prática. É preciso agir com honestidade para ser honesto e com cidadania para ser cidadão.
Esta perspectiva é proveniente de Arist óteles, para quem o hábito é uma ação praticada com regularidade intencional e que define o comportamento das pessoas.
Sendo a virtude, como vimos, de dois tipos, nomeadamente, intelectual e moral, a intelectual é majoritariamente tanto produzida quanto ampliad a pela instrução, exigindo, conseqüentemente, experiência e tempo, ao passo que a virtude moral ou ética é o produto do hábito, sendo seu nome derivado, com uma ligeira variação da forma, dessa palavra. E,