Gëneros Textuais e Gramática e Ensino
Com o avanço dos estudos linguísticos nestes últimos anos, a Linguística deixa de privilegiar os estudos centrados no fonema, na palavra e na frase para centrar-se nos estudos do texto e suas especificidades.
O trabalho com os gêneros textuais, ao mesmo tempo em que supõe o uso de competências por parte dos alunos, favorece o seu desenvolvimento, na medida em que tem como base o estudo de relações de diferentes naturezas (linguísticas, textuais, discursivas etc.).
Toda nossa comunicação se dá por textos. E todo texto, por sua vez, se realiza em um gênero. Como o gênero é uma unidade sócio-comunicativa, a sistematização no aprendizado e no ensino dos gêneros leva em consideração várias características, que podem ser ligadas ao tema, ao modo de organizar as informações no texto, ou ao uso que se faz do texto nas práticas sociais e discursivas.
Algo muito interessante foi a proposta de Antunes (2002, p. 62-69) que segundo a mesma, poderia ser um programa de estudos de línguas a partir dos gêneros. Ela sugere uma seleção dos itens e conteúdos para cada unidade trabalhada no ano letivo, com base em um “determinado gênero, que seria objeto central dos momentos de fala, de escrita, de leitura, de análise e sistematização linguística em sala de aula.” A seleção dos gêneros deveria seguir os parâmetros sociais e culturais dos aprendizes. Dessa forma, no final do semestre ou no final do ano, os aprendizes teriam tido a chance de estudar diferentes gêneros.
Tal proposta, segundo a autora, não descarta o trabalho com outros gêneros. Para Antunes (2002), é inteiramente pertinente que o ensino de língua favoreça “a variedade de interação verbal que, de fato, marca a vida das pessoas nos diferentes grupos sociais” (p. 60). Isso, didaticamente, só pode ser possível se a escola atribuir importância ao trabalho com os gêneros textuais.
Logo, não só o professor de Língua Portuguesa, mas o corpo docente como um todo deve ser responsável