PRÁTICAS DE LETRAMENTO:
UMA PROPOSTA DE TRABALHO
PARA O ENSINO DE GRAMÁTICA
Bianca Corrêa Lessa Manoel (UNIGRANRIO) bia.lessa@gmail.com 1. Introdução
Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita em âmbito nacional, porém pouco se debate sobre as práticas escolares ou dificuldades de aprendizagem que levam os alunos a não desenvolverem plenamente esta competência comunicativa. As últimas avaliações diagnósticas realizadas no país demonstram que grande parte dos estudantes brasileiros que termina o Ensino
Médio e que passa em média oito anos na escola, principalmente nas escolas públicas, não desenvolveu satisfatoriamente neste período as habilidades de leitura e escrita essenciais para serem considerados leitores competentes. Um questionamento então se faz necessário: Afinal, por que grande parte dos estudantes brasileiros, quando avaliados de forma sistemática, apresenta tanta dificuldade no que concerne ao desenvolvimento da leitura e escrita e principalmente na interpretação de textos e conhecimentos gramaticais? Este questionamento pode ser analisado a partir do paradigma de aprendizagem em que o ensino da língua materna fundamenta-se essencialmente no estudo da gramática normativa.
Na maioria das vezes, o ensino da língua materna é realizado de forma pouco estimulante ou aplicável no cotidiano do aluno, priorizando, de uma forma geral, a imposição de regras gramaticais, análise e produção de textos de forma mecanizada, resolução de exercícios repetitivos e descontextualizados, sem se considerar e explorar a riqueza dos diversos gêneros textuais e diferentes linguagens que naturalmente circulam nos meios sociais em que este sujeito-aprendiz está inserido: os meios digitais, a internet, os vídeos, outdoors, jornais, revistas e até mesmo os textos apresentados como suporte de trabalho nos livros didáticos.
É importante lembrar que, neste tipo de abordagem, normativa, o