Gêneros orais e escritos na escola
1 - Gêneros e tipos de discurso: considerações psicológicas e ontogenéticas - Bernard Schneuwly
Neste texto o autor explicita sua concepção de gênero como instrumento, e por se tratar de uma concepção filosófica, busca fundamentação em Vygotski, conceituando gênero como sendo um instrumento psicológico, mediador do processo de aprendizagem da criança na leitura e na escrita possibilitando, assim, novos conhecimentos e novas ações. Assim, o autor discute os aspectos psicológicos da aprendizagem, ou seja, a forma como pessoas aprendem, e seus aspectos ontogenéticos, o desenvolvimento da capacidade de um indivíduo de adquirir conhecimentos desde a concepção até a idade adulta. Em síntese, seria obter respostas às seguintes questões: o que aprendemos nas trocas com outros indivíduos, nas relações sociais, pode interferir em nosso desenvolvimento? Ou o desenvolvimento das pessoas é um fato biológico, independente das relações sociais? Se for um fato biológico, algumas pessoas são mais dotadas do que outras, já nascem com uma capacidade inicial que outras não possuem? Se forem, podemos concluir que algumas pessoas nascem com "dom" para certas aprendizagens e outras não? Essa reflexão sobre aprendizagem x desenvolvimento, que ocorre naturalmente, se aplica à capacidade de aprender dos indivíduos em qualquer disciplina e em relação à aprendizagem da escrita suscita questões como: a) O que se aprende socialmente interfere no desenvolvimento cognitivo? b) Aprender gêneros textuais amplia nossas capacidades de linguagem?
O que é gênero? Gênero e instrumento.
O autor fundamenta-se também em Bakhtin, para quem os gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados elaborados em cada esfera de troca social (Interacionismo social). Os gêneros são caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. A escolha de um gênero se determina pela esfera social, as necessidades da temática, o