estrutura da escola
Antonio Candido (1964), ao analisar a estrutura da escola, já nos acenava que esta não se limita apenas a uma estrutura administrativa regida pelo poder público na qual existem relações oficialmente previstas, mas na existência de algo mais amplo do ponto de vista das relações sociais que se estabelecem entre seus componentes. Este algo mais se converte em um diferencial entre as escolas, mesmo que elas sejam regidas por um mesmo código específico de normas. Mesmo que as normas instituídas (leis oficiais) sejam padronizadas, cada instituição escolar possui uma interpretação, bem como uma relação com sua equipe e comunidade, de modo que se apropriam e interpretam as políticas públicas vigentes de formas peculiares, e as adaptam conforme sua própria cultura organizacional e dinâmica interna, sendo esses aspectos que as diferenciam.
Para o autor (1964), quando o educador tem a compreensão de que o ambiente escolar não é apenas um local de ensino, e sim, de interações e trocas entre seus membros, sua visão fica mais ampla com relação aos acontecimentos da instituição, possibilitando uma melhor prática educativa.
Como grupo social, a escola é dotada de um dinamismo que extrapola sua ordenação intencional, oficialmente instituída. As formas de conduta dos indivíduos e grupos que compõem a escola, suas contradições, antagonismos, interações, expectativas, costumes, enfim, todas as maneiras de conviver socialmente, nem sempre podem ser previstas pelas determinações oficiais. Não obstante, apesar da imprevisibilidade dessas relações, elas acabam por constituir um modo de existir ou de operar, envolvido por valores, costumes, rotinas, que lhes emprestam certa
“regularidade” que não pode deixar de ser considerada no estudo da escola. Observa-se aqui a importância do pensamento de Cândido, ao chamar a atenção para a necessidade de, ao considerar a estrutura total da escola, não deixar de ter