Gêneros literários - questões problemáticas para o ensino
Para começarmos a discutir categorias e/ou Teorias Literárias é preciso, antes de mais nada, pensarmos sobre as possíveis classificações acerca dos Gêneros Literários. Portanto, primeiramente, são importantes as reflexões do filósofo grego Aristóteles, sobretudo em seu trabalho intitulado Poética[1]. Aristóteles apresenta, na primeira parte de seu tratado, o conceito de poesia (Seria uma espécie de imitação das ações – aqui não se deve confundir, porém, com cópia ou reprodução fiel da realidade, mas sim uma percepção do geral a que filosoficamente aspira; criação autônoma e transfiguração heterogênea). Na segunda parte, temos o estudo da tragédia (um dos gêneros da poesia, mas dramática – ou seja: o teatro) em comparação com a epopéia (poema heróico narrativo que costumava exaltar os feitos de um, ou vários, indivíduos – reais ou lendários. A Ilíada ou a Odisséia, de Homero, por exemplo – que também era composta em versos). De maneira geral, Aristóteles nos propõe uma teoria sobre a origem dos gêneros literários e as diferentes formas de representação textual a partir do processo mimético (representação) que o texto literário provocaria. Os Gêneros Literários só seriam, portanto, distinguíveis pelos meios da imitação (ritmo, canto e/ou verso) e pelos objetos que imitam (pelas personagens que são superiores ao próprio homem, como na epopéia e na tragédia; ou pelas personagens que lhe são inferiores, como na paródia e na comédia – e do “eu” da poesia lírica), além dos modos como são produzidos essas imitações (narrativa, como na epopéia, e dramática, como na tragédia e na comédia). Grosso modo, essas categorias estipuladas por Aristóteles, irão perdurar durante muito tempo como referencial para a compreensão dos Gêneros Literários. Para tanto, basta lembrarmos-nos da influência (seja ela negativa, seja ela positiva) de Aristóteles na Idade Média e do pensamento grego, de um modo geral, não só no Renascimento, mas também no