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O movimento de Canudos ocorreu em 1893, no interior da Bahia,em um arraial fundado pelo beato Antônio Vicente Mendes Maciel,conhecido como Antônio Conselheiro. Nascido em Quixeramobim, no Ceará, em 1830, Conselheiro foi comerciante, caixeiro e escrivão. Abandonado pela esposa decidiu sair pelo sertão como pregador. Em meados de 1874, já caminhava pelo interior acompanhado de alguns fiéis e nos dez anos seguintes percorreu os sertões do Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia construindo e reformando capelas, igrejas e cemitérios.
Criticado pela Igreja, Conselheiro e seus seguidores fixaram-se numa fazenda abandonada, próxima ao Rio Vaza-Baris, interior da Bahia. Nesse lugar, conhecido como Canudos, fundaram o arraial de Belo Monte.
Formado por casas construídas em multirão,dividindo os frutos do trabalho na terra e amparando os idosos e doentes,o povoado atraiu muita gente. A população do núcleo chegou a atingir 30 mil pessoas. Marcada por forte misticismo, essa gente acreditava que o Conselheiro era um enviado divino que traria a paz, a fartura e a felicidade para todos.
Além da agricultura, o povoado dedicava-se ao artesanato e a criação de animais, que complementavam a alimentação e forneciam couro, utilizado como matéria-prima. O excedente da produção era vendido nos municípios vizinhos. No arraial haviam escolas, lojas, oficinas e diversas moradias. A administração era da competência do Conselheiro e de doze chefes, que cuidavam das finanças, das construções, dos registros de nascimento, entre outras atividades. Não havia polícia nem impostos.
Aos olhos dos fazendeiros, do governo e do clero a comunidade de Canudos era um péssimo exemplo. Os fazendeiros temiam perder a mão de obra, o governo não aceitava a autonomia de Canudos e a Igreja ressentia-se da liderança espiritual do Conselheiro.
Quatro expedições foram organizadas pelo governo