Guerra Fria do séc. XXI

VITÓRIA CÁSSIA PALIARI

A Guerra Fria do Século XXI

Um relato fiel à realidade contemporânea seria a estrofe de “A Canção do Senhor da Guerra”, onde Renato Russo evidencia que “uma guerra sempre avança a tecnologia/Mesmo sendo guerra santa, quente, morna ou fria/Pra que exportar comida/Se as armas dão mais lucros na exportação?” Quando afirmo isso, não rebusco um anacronismo: é fato que, mesmo após o término da conhecida Guerra Fria, estamos vivendo uma aos moldes que o século XXI propõe.
Se anteriormente duas potências bem delineadas disputavam o poderio global descaradamente, nos dias atuais não há como negar certa diversidade nos combates – e nem esses agora podem ser classificados como “abertos a quem olhos tiver”. Os Estados Unidos, potência política, militar, econômica e cultural, continuam a ser o protagonista, acompanhados pela Alemanha, França e Inglaterra, principais países da União Europeia. Essa união forma uma “aliança ocidental” e exerce influência sobre os países desse lado do globo, assim como marcam um fluxo de valores a instituições como o FMI e a OTAN, sem falar da ONU, que teoricamente não deveria ter “preferências”. Já a Rússia, após o desastre da doutrina socialista, ergue-se como uma nação de importância no cenário político atual. E embora o Estado russo tenha feito tentativas de socializar de maneira dócil com seus antigos oponentes, nem todo o esforço foi recompensado. Contratos financeiros fechados com a Venezuela e alianças com a China por parte da Rússia, o abandono do Tratado de Mísseis Anti-balísticos, as incorporações vingativas da OTAN... Todos esses processos e muitos outros se desenrolaram até que a atenção mundial fosse chamada às pressas à Ucrânia.
Uma maneira muito perspicaz de se vingar dos ex-soviéticos seria isolá-los, tenho certeza. E igualmente pensam os Estados ocidentais ligados aos Estados Unidos e EU. Seria muito fácil pôr o plano em prática se a Rússia não se