O mundo do século XXI - Reflexo das transformações da economia e política global.
O século XXI promete um novo mundo. E tem vindo a tomar forma, desde o início da «glasnost» à unificação alemã e à guerra do Golfo. De 1985 a 1991, a guerra fria chega ao fim, graças às aberturas da antiga URSS, a Europa faz desaparecer as barreiras que a separam e os Estados Unidos afirmam a sua proeminência. Neste movimento de inovação, a Ásia participa a seu modo: da Índia à China, metade da população mundial começa a dar mostras de uma verdadeira progressão econômica. Embora a estagnação que se verifica na América Latina, dilacerada pela dívida, e a implosão dos frágeis Estados africanos, povoados por etnias heteróclitas e atingidos por índices demográficos alucinantes, o mundo está, de fato, em transformação. Um mundo novo que continuará a ser incompreensível para todos os que negligenciam o trabalho milenar que civilizou a China, a Índia ou o Próximo Oriente. Ininteligível para os que considerem, com desdém, os circuitos mercantis, infiltrados entre os antigos impérios, e depois alargados pelas colônias, a partir do século XVI.
Um novo mundo incompreensível fundamentalmente para os que ignorem as mutações financeiras, políticas e culturais que o capitalismo se encarregou de multiplicar ao longo dos séculos XIX e XX. O mundo, que o século XXI promete, será mais inteligível se a teoria alimentada por estas experiências históricas culminar numa avaliação cuidada sobre as inovações visíveis a partir de hoje.
Inovações técnicas, demográficas e culturais, mas, igualmente, convulsões desencadeadas pela multiplicação das cidades gigantescas, pela associação forçada entre a indústria e a ecologia ou pela necessária «domesticação» da comunicação social.
Evoluções que se efetuarão num mundo mais capitalista do que nunca, onde os Estados sentirão dificuldades para controlar as centenas de povos que desejam uma autonomia mais alargada. A julgar pela situação atual, o mundo do século