Guerra dos tronos
A
notícia atravessou o acampamento como vento quente. Ela está vindo. Suas tropas estão em marcha. Está seguindo para o sul, para Yunkai, para passar a cidade na tocha e as pessoas pela espada, e estamos indo para o norte encontrá‑la. Sapo ouvira de Pau Fino, que ouvira do Velho Osso Bill, que ouvira de um pentoshi chamado Myrio Myrakis, que tinha um primo que servia como copeiro do Príncipe Esfarrapado. – O primo ouviu isso na tenda do comandante, dos lábios do próprio Caggo – Pau Fino insistiu. – Marcharemos antes do dia nascer, vejam se não. Aquilo provou ser verdade. O comando saiu do Príncipe Esfarrapado, passou pelos capitães e chegou até os oficiais: desarmem as tendas, carreguem as mulas, selem os cava‑ los, marcharemos para Yunkai no amanhecer. – Não que os bastardos yunkaítas nos queiram dentro da Cidade Amarela, farejando ao redor das filhas deles – previu Baqq, o besteiro de olhos estreitos de Myr, cujo nome significava Feijões. – Pegaremos provisões em Yunkai, talvez cavalos descansados, e então seguiremos para Meereen para dançar com a rainha dragão. Então salte rápido, Sapo, e dê uma boa afiada na espada de seu mestre. Ele precisará dela em breve. Em Dorne, Quentyn Martell tinha sido um príncipe, em Volantis, um homem do mercador, mas nas margens da Baía dos Escravos, era apenas Sapo, escudeiro do grande cavaleiro careca dornense, o mercenário chamado Tripaverde. Os homens dos Soprados pelo Vento usavam os nomes que queriam, e os trocavam por capricho. Eles o apelidaram de Sapo, porque saltava rápido quando o grandão gritava uma ordem. Até mesmo o comandante dos Soprados pelo Vento mantinha seu nome verdadeiro para si. Algumas companhias livres haviam surgido durante o século de sangue e caos que se seguiu à Condenação de Valíria. Outras se formaram no dia anterior e desapareceriam no dia seguinte. Os Soprados pelo Vento já tinham completado trinta anos, e durante todo esse tempo conheceram apenas um único comandante, um