guerra da Biafra
Doutoranda Alyxandra Gomes Nunes (PÓS-AFRO UFBA)
Resumo: A literatura produzida na Nigéria já ofereceu ao mundo o prêmio Nobel Wolé Soyinka. Ainda assim, a produção em língua inglesa deste país se apresenta pouco conhecida aos leitores brasileiros, bem como a literatura dos países de língua oficial portuguesa. Nesta comunicação, pretendo apresentar aos leitores brasileiros dois outros escritores nigerianos, Chinua Achebe, considerado o pai fundador da literatura africana anglófona e a jovem Chimamanda Ngozi Adichie, que com seus livros Half a yellow sun e Purple hisbiscus vem atraindo a atenção de críticos africanos e do mundo aglófono em geral. A linha de discussão deste ensaio passa por uma análise da memória da guerra de Biafra apresentada por esses dois atores. O primeiro como testemunha e militante da causa e o segundo como uma narrativa de memória forjada numa tradição doméstica. Ambas produções são consideradas testemunho histórico de uma memória nacional que não se quer esquecer, e atualizada no século 21 com o surgimento do movimento MASSOB, na Nigéria
Palavras-chave: África, Achebe, Adichie, Biafra, Literatura.
Introdução
Este ensaio tem por objetivo apresentar uma leitura de parte da literatura de Chinua Achebe no que concerne sua fase de produção que lidava diretamente com a temática da guerra de secessão de Biafra. A mesma aconteceu no período de 1968 a 1970 e marcou profundamente tanto a literatu- ra nigeriana quanto todo o processo identitário deste país. Em 1958, Achebe estreava no campo literário com Things fall apart [O mundo se despedaça], romance de fundação da literatura nigeria- na em língua inglesa e criador de toda uma escola literária. Em 1971 ele publica Beware soul bro- ther, primeiro livro de poesias que reúne uma temática em torno da guerra de Biafra, com textos inspirados