Greves e Trabalhos
Revolução, mudança e violência são, agora, termos independentes e a figura do mártir vai dando lugar aos heróis desmascarados que enfrentam os vilões de colarinho branco sem necessariamente morrerem por isso. Nossa ditadura militar, por exemplo, foi um período crítico da história. Jovens estudantes armados e uma cavalaria agressiva faziam parecer que a única forma de vencer era através do confronto físico direto. Mas o pensamento evolui e surgem novas alternativas.
A teoria do crítico estadunidense Henry Thoreau já dizia que quando o súdito nega obediência e quando o funcionário se recusa a aplicar as leis injustas ou simplesmente se demite, está consumada a revolução. Já vivemos muitos conflitos sangrentos, pessoas que vão às ruas em busca de seus direitos e são reprimidas por bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. O uso de métodos mais pacíficos conscientiza e limpa o sangue de gerações passadas deixado por monarquias absolutistas, repúblicas ditatoriais e até falsas democracias.
Quando pensamos em uma sociedade mais justa, não estamos falando de não se revolucionar ou expressar idéias [ideias] não aceitas por uma minoria, mas sim de lutar pelo que se acredita sem que a ideologia se vá com seus combatentes durante a batalha. A justiça não precisa vir da violência e sim de atitudes e movimentos inteligentes que façam a sociedade refletir, concordar e mudar.